Eloy Rodrigues
Director dos Serviços de Documentação e Bibliotecas da Universidade do Minho (UMinho). Nas duas últimas décadas tem trabalhado na promoção do acesso aberto e da ciência aberta, tendo liderado, em 2003, a criação do RepositoriUM – o repositório institucional da Universidade de Minho e, desde 2008, coordenando a equipa da UMinho que desenvolve o projeto Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (www.rcaap.pt).É membro do EUA Expert Group on Open Science, em representação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, e tem coordenado a participação da UMinho em mais de uma dezena e meia de projetos (como o OpenAIRE e o FOSTER) financiados pela UE e relacionados com os repositórios e a ciência aberta. Foi Presidente do Conselho Executivo da Confederation of Open Access Repositories (COAR), entre 2015 e 2021.
É membro do Executive Board do OpenAIRE AMKE e do Comité Consultivo da SciELO Portugal.
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Ofuscados pelas publicações: limitações e consequências do sistema de avaliação baseado em métricas
Nas últimas décadas os sistemas de avaliação dos docentes e investigadores, bem como das instituições e unidades de investigação, têm sido baseados em métricas associadas à produção científica (número de publicações) e ao seu impacto (número de citações). Nesta apresentação descreveremos, sinteticamente, as origens do atual predomínio das métricas na avaliação, identificaremos as principais características dos sistemas atuais de avaliação e analisaremos as suas consequências, algumas das quais põe em causa a ética e integridade académica.O aumento do número de casos conhecidos de más práticas, ou mesmo fraudes, académicas e científicas, a já designada crise da reprodutibilidade científica, o crescimento do número de artigos publicados e posteriormente retirados, bem como de revistas e editores científicos com práticas, no mínimo questionáveis, não pode ser dissociado, do atual modelo de avaliação, e do “mantra” que lhe está associada: publique cada vez mais, ou pereça”.
Terminaremos mencionando algumas das iniciactivas para reformar o atual sistema de avaliação, com destaque para a CoARA – Coalition for Advancing Research Assessment.
Fernando Batista
Professor Associado no Iscte, onde dirige a licenciatura em Ciência de Dados. Doutorado em Engenharia Informática pelo Instituto Superior Técnico (2011), é investigador integrado no INESC-ID, onde assume atualmente o cargo de Coordenador Executivo da Área Científica de Human Language Technologies (HLT). Com uma carreira de investigação orientada para o processamento de linguagem natural, aprendizagem automática e text mining, dedica-se especialmente às aplicações destas tecnologias em redes sociais e na análise de grandes volumes de dados. Entre 2017 e 2019, foi Presidente do Conselho Pedagógico do ISCTE-IUL e membro da sua Comissão Permanente entre 2015 e 2017. Ao longo da sua carreira, participou em diversos projetos nacionais e internacionais, incluindo os projetos europeus SPEDIAL e Knowhate. Tem também estado ativamente envolvido na organização de conferências internacionais de destaque, como a EMNLP 2015, PROPOR 2020, EAMT 2020, IPMU 2024 e a Lisbon Machine Learning Summer School (LxMLS). É membro da ISCA Speech e Senior Member do IEEE, demonstrando o seu compromisso com o avanço da investigação e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras.
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Inteligência Artificial e Processamento de Linguagem Natural: Oportunidades e Desafios no Ensino Superior
Esta apresentação explora as oportunidades que o Processamento de Linguagem Natural (PLN) e a Inteligência Artificial (IA) oferecem para o ensino superior, tais como a personalização do ensino e a automatização do feedback. Serão abordados também os principais desafios éticos, incluindo o viés nos algoritmos, a privacidade dos dados dos estudantes e os riscos do uso indevido de IA generativa. Por fim, serão apresentadas recomendações práticas para garantir uma utilização ética e responsável destas tecnologias destacando a importância da literacia digital, a transparência e a implementação de políticas institucionais claras, promovendo uma reflexão sobre como tirar partido da IA sem comprometer a integridade académica.
Lucília Nunes
Doutorada em Filosofia, Agregação em Filosofia, especialidade Ética, e Agregação em Enfermagem. Mestre em História Cultural e Política e em Ciências de Enfermagem. Licenciada em Filosofia e em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.
Professora Coordenadora Principal, Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal.
Presidente da Comissão de Ética do IPS.
Coordena o Departamento de Enfermagem.
Vice-presidente do Conselho Nacional de Saúde.
Membro do Conselho de Ética da Universidade do Minho. Membro da Comissão de Ética da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental e do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Medalha de Serviços Distintos do Ministério da Saúde – Grau Ouro, 2019.
Título de Professor Benemeritus, atribuído pelo IPS em 2024.
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Dataficação e estratégias em uso para promover a integridade académica e científica
Para desenvolver o tópico da integridade, procederemos a uma apresentação sintética sobre as estratégias e procedimentos existentes a nível nacional, incluindo a dimensão normativa, os Códigos de Ética e de Conduta Ética das Instituições de Ensino Superior em Portugal, conteúdos sobre integridade e práticas ilícitas descritas; e a dimensão sancionatória, que nos remete para os regulamentos disciplinares.
O que nos ocupa é a integridade no contexto do ensino superior, das atividades organizacionais, académicas e científicas. Reconhecemos e explicitamos a relação entre diversos tipos de documentos institucionais, nomeadamente entre documentos que materializam e concretizam as diversas dimensões da atividade, por exemplo, Estatutos (princípios e valores institucionais), Código de Ética ou de Conduta, Carta de direitos e deveres ou Carta de direitos e garantias, Declaração sobre integridade académica, Regulamento Disciplinar. Também as Comissões de Ética constituem suporte e reforço da qualidade ética da investigação, e poderemos incluir aspetos relacionados com a CE-IPS.
Analisado o corpus documental disponível, pensamos ser pertinente reconhecer as estratégias em uso: (1) Compromisso político e de governação; (2) Sensibilização, formação e capacitação; (3) Desenvolvimento de estruturas e processos de suporte à integridade académica e científica; (4) Deteção e controlo; (5) Quadro sancionatório de condutas fraudulentas.
Vamos ver como estão as estratégias em uso em Portugal, até meados de 2024.
Financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projetos, UIDB/04372/2020 e UIDP/04372/2020